"Senti-me nua! Livre de todas as contradições desviantes de SER inteira quem SOU.
Livre pra alquimizar sabores, banhar-me em águas gélidas e vivas de cheiro ferroso, livre pra cantar qualquer canto. Saber o que me cabe. Fazer-me em cada riso, choro, no olfato animal. Refazer-me em mim, no outro de infinito tempo, no outro espelhado em minha natureza assustadoramente presente.
Livre, na carne viva, as emoções de meus órgãos, senti-os todos grosseiros, pulsantes em mim.
Livre, descobri meu bando, mamífero, límbico, acolhida na toca de ser humana, acolhida em quem sou. Acolhida no calar eloquente, natural quando o verbo se/me faz. Livre de substantivos e adjetivos, fui verbo vibrante na mata escura, fui gigante, narval, desbravei o medo de estar só.
Livre, se fez a consciência do universo em mim. A descoberta do maravilhoso óbvio em lampejos de infinito, o sentido da vida escapou-me por instantes em consciência. Livre na expressão metabólica e inevitável de ser. Livre, verbo, sou.
Grata ao bando por sermos naqueles dias de tão profundo Aprofundamento sobre o Pensamento Feldenkrais."
Roberta Larizza, 16 de dezembro de 2015.